Projeto ensina moradores a cuidar da própria rua
Karina Yamada
Entre os principais problemas, bueiros entupidos e calçadas irregulares
Que muitas fábricas e indústrias poluem rios e seus afluentes, é fato. Mas o que se pretende com o Projeto Rio da Minha Rua, da ONG Patrulha das Águas, é mostrar que os moradores também contribuem para a poluição dos rios que cercam e abastecem a cidade e que atitudes simples podem ajudar a preservar o ambiente.
O projeto teve início no Jardim Universitário (Zona Leste), há vinte dias, com uma reunião entre moradores, a ONG Patrulha das Águas, Secretaria do Meio Ambiente (Sema) e Promotoria do Meio Ambiente.
A primeira etapa garantiu a vistoria em 180 casas do bairro, margeado pelos Lagos Igapó 3 e 4, considerados os que mais apresentam problemas de poluição na cidade. Cerca de 120 pessoas, orientadas pelo diretor da Sema, João Batista, participam do projeto.
Durante a vistoria, os participantes identificam os principais problemas, que são registrados através de fotos e filmes. A tabulação do mapeamento vai ser concluída na semana que vem e o resultado será apresentado durante reunião com os moradores e representantes do projeto, no próximo dia 29.
Segundo João Batista, as principais irregularidades são os terrenos vazios, com ausência de calçadas e muretas; imóveis com excesso de permeabilização, que impedem a absorção da água; calçadas cimentadas de forma irregular (com obstáculos ou quebradas); arborização irregular, com árvores inadequadas, podas drásticas e muretas que impedem desenvolvimento da planta; bueiros entupidos ou aberturas muito grandes. Calhas e despejos de água em vários imóveis também desembocam na rua, espalhando água pelo asfalto, já que o mato toma conta de muitas calçadas e meios-fios, acumulando lixo.
Outro grande problema é a lavagem das áreas e calçadas das casas. ''Mais de 50% dos imóveis possuem cachorros que garantem a segurança dos moradores. O problema é que os coliformes fecais desses cães, são levados pela água, junto com outras sujeiras, que caem no bueiro e poluem os rios. É um ciclo vicioso que precisa ser controlado'', afirma o ambientalista.
Em contrapartida, segundo João Batista, a prefeitura vai providenciar a readequação dos bueiros, com cestas retentoras de resíduos, que também serão providenciados nas galerias que desaguam no Lago Igapó. ''Elas vão evitar o assoreamento do lago''. A idéia é que cada morador adote um bueiro e garanta a limpeza do bairro. Uma empresa de coleta e processamento de galhos evitará que o material de podas seja jogado em fundos de vales.
Outros bairros deverão ser atendidos pelo projeto. A previsão é iniciar o próximo trabalho na bacia hidrográfica do córrego do Leme, que abastece moradores da região central da cidade. O alvo, segundo o ambientalista, são os moradores, oficinas e lava-rápidos existentes na região.
Marta Ortega
Reportagem Local
8.6.07
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